27 de novembro de 2016

sobre ser e não ser (a exceção e a regra)

em tempos de percepção da massificação de todas as esferas da vida social, de normatização do pensamento e das vivências, a ideia da exceção surge como primeiro elemento transgressor, acalentador para o histórico conflito entre o ser e a autoconsciência. O aprofundamento da ideia, traz em si mesmo, enquanto processo, uma frustração subsequente. Ao perceber que somente nela, não se finda, pois não se supera. Isto é, a compreensão que a exceção faz também parte da regra é um estágio de letargia do qual se debruça o sujeito com uma barreira aparentemente intransponível, entre a consciência de suas correntes e a experiência de libertação das mesmas. Após o torpor, identificando que a sua primeira experiência, não se tornou suficiente, que a rebeldia não se concretizou como fim nela mesma, o ser e a autoconsciência se chocam mais uma vez, de forma ainda mais aguda, movimentando uma nova busca, pela cisão do outro dentro de nós mesmos. Quanto a isso, não tenho por ora nenhuma indagação que ponha o ponto final nesse mal estar. Mas poderia dizer que intuo, que as experiências que nos postam diante desse movimento, ocorrem entre o acalento da transgressão e o suplício da adequação civilizatória, entre o querer ser a exceção, mesmo que nunca fujamos da regra;

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