17 de agosto de 2011

A efemeridade da vida

Eu poderia começar esse texto questionando toda a procedência da vida, do ser e estar vivo, mas com certeza eu divagaria horas a fio filosofando sobre algo que não tem qualquer explicação lógica. Inútil e fatigante. Mas uma coisa que sempre me fascinou, e talvez por isso tenha de falar sobre isso agora mais que nunca, é que a vida é tão efêmera e inesperada que causa uma vertigem incomoda.

Tudo muda a cada segundo. Cada atitude gera uma consequência e com isso milhares de possibilidades surgem e desaparecem a cada segundo. Tão rápido, tão instigante... quando vivida de forma verdadeira, eclode nas contradições dos sentimentos. Em um momento explosão de alegria, em outro a introspecção das lágrimas.

Eu nem tenho palavras para descrever o que eu sinto nesse momento. São tantos sentimentos diversos que me confundem da alma o coração. Ontem mesmo eu tinha tudo, e hoje sinto que um vento forte passou por aqui e mudou tudo de lugar. Não me sinto segura, tenho medo do inesperado. Algo entre o riso e o infortúnio.

O mais irônico é constatar que não há nada mais vivo do que a imprevisibilidade. Se soubéssemos o que nos vai ocorrer amanhã, não haveria forças para se levantar da cama. E mesmo que na visão mais otimista, ainda haveria a possibilidade de o sono não vir de tamanha ansiedade. E é assim, nessa loucura insegura que continuamos a caminhar, certos que o hoje é o ontem de amanhã, e que não há nada mais efêmero do que a existência humana.

Por isso eu arrisco deitar e me levantar.
E comemoro até os infortúnios, pois provavelmente me farão rir muito no futuro.